Para além do advogado: quem faz Direito pode ser o quê?
admin 10 de fevereiro de 2021 0 Comentários

Quem faz Direito pode ser muita coisa, pois o curso possibilita atuação profissional nas mais diversas áreas.
Talvez pela fama da prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), muitos o associem tão somente à advocacia, ignorando a ampla gama de carreiras possíveis ao indivíduo que o elege como graduação.
O formado em Engenharia é engenheiro, o graduado em Medicina é médico, mas quem cola grau em Direito não é advogado até obter a famosa carteirinha vermelha. Antes disso, é somente bacharel.
Tal linha de raciocínio, ignorada por muitos, permite ao aspirante a esse curso superior enxergar as oportunidades profissionais de maneira mais abrangente, não restrita à advocacia. Siga na leitura para expandir sua perspectiva sobre essas opções!
Quem faz Direito pode ser o quê?
Para quem quer advogar, a lista de ramos de atuação é extensa: Direito Civil, Penal, Empresarial, Ambiental, Trabalhista, Tributário, Militar, Eleitoral, do Consumidor e por aí vai.
Além disso, existem as inúmeras subdivisões dentro desses campos: Compliance, Direito Contratual, de Família e Sucessões, Mercado Financeiro e Aquisições em diante.
Mas não tem problema se você ainda não se encontrar em nenhuma dessas especialidades ou não quiser advogar, pois existem várias outras vertentes esperando pelo bacharel em Direito.
Ressalta-se que as 4 opções a seguir exigem aprovação em concurso público para o exercício da profissão, exceto o cargo de professor em instituição de ensino privada.
Esse meio de ingresso na vida pública é muito difundido no Brasil e cobiçado em razão das altas remunerações, elevando o número de concorrentes.
Embora seja difícil conseguir uma vaga e as instituições não realizem certames todos os anos, a existência de muitas delas nos quatro cantos do país proporciona certa regularidade aos concursos de determinado seguimento.
O nível das provas e os requisitos variam de uma carreira para a outra — alguns demandam tempo mínimo de prática jurídica, outros têm limite de idade e teste físico — mas todos requerem nível superior completo em Direito.
Delegado de polícia
O servidor público em questão trabalha na Polícia Civil ou Federal, conhecidas pelo caráter investigativo de sua atuação. Entre suas funções estão:
- presidir o inquérito policial;
- administrar as delegacias e coordenar a equipe;
- cumprir ordens judiciais de prisão;
- registrar queixas e ocorrências;
- investigar crimes.
É comum estudantes de Direito com forte interesse no Direito Penal seguirem para as carreiras policiais, cuja rotina de trabalho é imprevisível e dinâmica. Um delegado da Polícia Federal recebe salário de cerca de R$ 22.500,00.
Ministério Público
Esse órgão faz parte das Funções Essenciais à Justiça, que não pertencem ao Judiciário mas, por provocá-lo, são essenciais no exercício de suas atividades.
O promotor de justiça defende interesses sociais e individuais nas áreas cível e penal. Na primeira, é responsável por instaurar inquéritos civis e promover a ação civil pública, fiscalizar a probidade administrativa e defender interesses ligados à saúde, crianças e adolescentes, idosos e pessoas com deficiência.
Na esfera criminal, o promotor representa o Estado na defesa da vítima de um latrocínio, por exemplo. Ele requer investigações e instauração de inquérito policial, combate crimes, verifica a execução das penas e condições prisionais.
A responsabilidade do cargo é grande, proporcional ao seu impacto na sociedade e remuneração, em torno de R$ 22.000,00. Não confunda o cargo com o de juiz: enquanto essa figura é responsável por julgar processos, os promotores de justiça os promovem.
Carreiras jurídicas
Para quem não quer ser magistrado mas tem a intenção de trabalhar nos Tribunais, há o cargo de analista judiciário. Esse profissional pode atuar como oficial de justiça (AJOF) ou especialista na área judiciária (AJAJ), vagas exclusivas aos bacharéis em Direito.
O AJAJ trabalha em gabinetes de juízes, ministros e desembargadores ou em varas especializadas, produz pareceres e minutas de decisões, analisa os processos com profundo fundamento jurídico e realiza as atividades cartorárias.
Já o AJOF desenvolve suas funções na rua, citando, notificando e intimando as partes e testemunhas, realizando avaliações, penhoras, buscas e apreensões.
Os vencimentos mensais variam entre os Tribunais, ficando a princípio em torno de R$ 11.000,00 para o analista judiciário da área judiciária e R$ 12.500,00 para o analista judiciário oficial de justiça.
Carreira acadêmica
Muitos universitários, ainda durante o curso, vão se identificar com a rotina acadêmica: pesquisa, escrita de artigos e textos científicos, participação em congressos e nos bastidores da faculdade.
Os estudiosos da área tendem a projetar suas especializações ainda durante a faculdade, pensando em Mestrado e Doutorado, profundamente atraídos pela ideia de continuarem na universidade após o fim da graduação dando aulas.
A média salarial é extremamente variável em razão do cargo (professor-assistente, auxiliar, substituto ou titular) e da instituição de ensino superior (pública, estadual ou federal, e privada). Contudo, estima-se um ganho médio mensal de R$ 13.600,00 para essa categoria nas universidades federais.
Direito e tecnologia: como ficar preparado?
Depois das Revoluções Industriais ocorreu uma outra, a tecnológica. A era digital já começou e avança rumo a um futuro que vai cobrar cada vez mais dos profissionais: não se atualizar os faz perder espaço no mercado.
Existem hoje as LawTechs, empresas de tecnologia voltadas ao setor jurídico capazes de otimizar os resultados da área. Entre os vários serviços oferecidos é possível citar a automação de documentos e a jurimetria — estatística que ajuda as empresas a preverem perdas em processos judiciais, evitando condutas e promovendo negociações.
Outro tópico promissor ao estudante de Direito é a Internet das Coisas. Imagine: em um futuro próximo, sua geladeira vai fazer sua lista de mercado sozinha; será possível monitorar persianas, luzes e aparelhos eletroeletrônicos de sua casa a distância.
Se questões bioéticas já suscitam discussões fervorosas atualmente, imagine quando o ser humano for biônico, com órgãos e membros robotizados. Parece uma realidade muito distante, mas veja o quanto já evoluímos só no século XXI.
A quantidade de informações geradas pelos eventos e integrações na internet das coisas vai revolucionar as profissões jurídicas, principalmente o Direito Digital, exigindo profissionais capacitados para lidar com questões novas, carentes de legislação, sem resolução ou embasamento norteador das cortes superiores.
Por que fazer Direito?
Além das inúmeras opções de carreiras específicas aos bacharéis em Direito, existem várias outras não restritas a eles, mas que os favorece em razão do conhecimento técnico adquirido no curso.
Conciliadores, mediadores e árbitros promovem a resolução alternativa de conflitos, evitando ou acabando com demandas no Judiciário, e administradores judiciais são nomeados pelo juiz para coordenar o processo de falência das empresas.
Nessa toada existem ainda os cargos de diplomata e consultor legislativo (assessor de vereadores, deputados e senadores).
Em todas essas carreiras o graduado em Direito leva vantagem, pois seu ensino superior é baseado nas leis do ordenamento jurídico e atendimento aos interesses sociais.
Raramente um concurso público deixa de contemplar ao menos uma legislação em seu conteúdo programático, exigindo do candidato domínio no assunto e ressaltando o quanto esse tipo de conhecimento é apreciado.
“Quem faz Direito pode ser o quê?”. Viu só as múltiplas respostas a essa pergunta? O mercado de trabalho oferece uma infinidade de oportunidades, inclusive, mas não somente, a advocacia. Não se preocupe em definir sua carreira antes mesmo de entrar na faculdade, mas abra os olhos para enxergar além das opções óbvias do curso. Investir em uma ótima instituição de ensino faz você largar na frente.
Curtiu o conteúdo? Quer mais dicas sobre o assunto? Experimente conhecer as opções de atuação dentro na área!
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